terça-feira, 2 de março de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

AUTO-AVALIAÇÃO

Apesar de algumas dificudades evidenciadas no processo de implementação do Gestar,pude observar uma avaliação favorável por parte dos professores quanto às contribuições do programa Gestar para a sua formação pedagógica.
Realçarei a seguir alguns aspectos apresentados pelos professores como contribuições desse programa:
*Os conteúdos contemplados no Programa Gestar;
*A prática dos professores cursistas:as mudanças e permanências;
*Diálogos abertos;
*Novas metodologias;
*Trocas de experiências.etc.
A formação continuada dos professores tem sido prioridade nas políticas educacionais do país.O curso GESTAR II é uma proposta consistente e atual para a prática do ensino de Língua Portuguesa.Sem dúvidas,um professor bem preparado tem influência direta na aprendizagem por parte dos alunos.Acreditamos porém,que qualquer proposta de reflexão e inovação em práticas de sala de aula passa pela aceitação do professor.Foi com esse pensamento que apresentamos o programa GESTAR II aos professores nas Oficinas e passamos a trabalhar no campo das relações interpessoais do grupo ,objetivando a boa aceitação do mesmo pelos cursistas.
O papel do formador tem se revelado fundamental para o andamento do curso.
Sendo assim, temos alcançado progressos em relação à aceitação de uma proposta reflexiva sobre a prática pedagógica.

O VALOR DA PONTUAÇÃO

Um homem rico, sentindo-se morrer, pediu papel e pena, e escreveu assim: "Deixo os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres". Não teve tempo de pontuar - e morreu.A quem ele deixava a fortuna que tinha? Eram quatro os concorrentes.Chegou o sobrinho e fez estas pontuações numa cópia do bilhete: "Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate! Nada aos pobres!"A irmã do morto chegou em seguida, com outra cópia do escrito; e pontuou-a deste modo: "Deixo os meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho! Jamais será paga a conta do alfaiate! Nada aos pobres!"Surgiu o alfaiate que, pedindo a cópia do original, fez estas pontuações: "Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres!".O juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade. Um deles, mais sabido, tomando outra cópia, pontuou-a assim: "Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres."Assim é a vida, nós é que colocamos os pontos e isto faz a diferença.

REFLEXÃO DO SEMINÁRIO DE ACOMPANHAMENTO EM SALVADOR

RESENHA CRÍTICA DO FILME : “O CARTEIRO E O POETA”


Este é o tipo de filme extremamente agradável de se ver. Com um texto bonito, boas atuações, uma linda trilha sonora e um apelo visual irresistível, O Carteiro e o Poeta é apaixonante. A história é bem simples: na década de 50 o poeta chileno Pablo Neruda, comunista, é exilado em uma pequena ilha italiana devido às perseguições a que sofre em seu país natal. Na pequena ilha, Mario, que não consegue pescar como os seus conterrâneos arruma um emprego temporário de carteiro. Temporário, pois todos os nativos são analfabetos e não recebem cartas; Mario só trabalhará entregando as cartas para Pablo até que este vá embora. Entre os dois surge uma bonita amizade, e Mário pede a Pablo ajuda para compor uma poesia para a garota pela qual se apaixonou. A partir daí a história se desenvolve deliciosamente, sem reviravoltas, sem dificuldades, sem surpreender e também, sem perder a atenção de quem assiste. O Carteiro e o Poeta é absolutamente linear e, por isso não se surpreenda com os clichês que aparecem no filme. Os personagens são caricaturas fascinantes: o poeta com sua aura sedutora; o carteiro nativo tímido, mas não muito; a bela moça que trabalha no bar e sua tia severa. Num certo momento do filme o padre comenta a respeito de Pablo:Comunistas comem criancinhas. Esse Neruda é casado comum uma senhora saudável há bastante tempo e ainda não tem filhos. Como se explica isso? Nesse tom levemente humorístico há um fundo político: A ilha vive constantemente sem água. O político promete que vai regularizar a situação assim que for eleito e começa as obras. Quando é eleito a tudo pára. Tudo muito típico. Num filme tão legal até o final triste deixa de sê-lo, afinal tristeza na costa italiana é bela e inebriante.
*Características: co-produção Ítalo – francesa, colorido, legendado, 105 min.
*Direção: Michael Radford
*Gênero : romance
* Prêmios e/ indicações: indicado ao Oscar na categoria de melhor filme além de outras três indicações , incluindo trilha sonora.

APRECIAÇÃO CRÍTICA DE UM TEXTO TEÓRICO ( SUGESTÃO DO TP)

DIFERENTES CONCEPÇÕES DE LÍNGUA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Maria Luiza M. S. Coroa – UnB

Ao iniciar o texto, a autora aborda reflexões significativas referentes ás discussões a respeito do processo ensino-aprendizagem de língua portuguesa, reflexões estas, acerca da natureza do objeto a ser ensinado nas escolas sob o rótulo de Língua Portuguesa.Segundo a autora, in Possenti e nos PCNs, para o ensino da língua ser bem sucedido, o professor deve mesclar teoria e prática, para assim direcionar o trabalho docente, reconhecendo que a língua, mais que uma estrutura, é um trabalho de construção de identidade através do texto como uma unidade de trabalho pedagógico e ainda, enfatiza a natureza da língua como atividade simbólica e dialógica, sendo então, o texto, um ponto de “encontro” das diversas habilidades que condizem a essa construção.Quanto à concepção de língua, a autora propõe uma retrospectiva histórica de como se dá o relacionamento entre o objeto língua portuguesa e o processo de ensino-aprendizagem que tem lugar em nossas escolas. E, destaca três “marcos” caracterizando-os assim:
1- à concepção de língua como estrutura correspondente, uma ênfase na unidade mórfica, a palavras;
2- à concepção de língua como comunicação correspondente, uma ênfase na mensagem construída e estruturada pela sentença;
3- à concepção de língua como interação ou atuação social correspondente, uma ênfase na unidade texto, construída e estruturada por sentenças.
Diante disso, fica claro que para a autora, essa classificação vem a gerar problemas como, simplificação de tomar o texto como uma mera ampliação da extensão da sentença, ou da importância do contexto para o ensino da língua materna com ênfase no texto e afirma, contexto é um elemento adicionado, ainda sem participação ativa na construção lingüística, por outro lado, em uma concepção interativa de linguagem, o contexto é fator integrante da construção de sentido. Assim, para a autora, o texto, por sua vez, não é apenas uma unidade linear, uma seqüência de sentenças compostas de palavras, mas um entrecruzamento histórico de coesão interna e exterioridade textual

APRECIAÇÃO CRÍTICA DE UM LIVRO LITERÁRIO

"A Moça Tecelã", de Marina Colasanti (Interpretação I)
"Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear. Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte. Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava. Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela. Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza. Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias. Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer. Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado. Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta. Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida. Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade. E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar. — Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer. Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. — Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira. Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre. — É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos! Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer. E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo. Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear. Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela. A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu. Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte."
(Texto extraído do livro "Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento", Global Editora, RJ, 2000.)

Resenha


Este conto de fadas narra o dia-a-dia de uma menina que tece, tece, tece. Seus momentos, passa-os ela a bordar, carinhosamente, a Vida e a Natureza. E, sob cores diversas, em seu tear, concretizam-se os mais legítimos sentimentos, que se tornam reais, criativos, válidos, práticos, transmutando-se em forma e movimento assim que tecidos. Contente em seu labor, vai imaginando e tecendo, materializando auroras, noites, sol, chuva, aves, bichos, paisagens... Nada lhe falta: alimentos (leite, peixes etc.), roupas... Tudo lhe sai do tear, pronto e bonito. Perfeccionista moça. Até que reparou-se envolta em uma cósmica e desamparada solidão, necessitando de alguém junto a si, para sempre: constrói então, dos fios mais fortes e belos, um companheiro, o esperado esposo. Passa logo a sonhar com filhos, lar, vizinhos, com um cotidiano pacato e social. O homem, porém, tinha idéias opostas: após conhecer o poder do tear e a habilidade da moça, cresceu em ambição: trancafiou-a, cercando-a de ordens absurdas: uma casa melhor e maior; depois um palácio, com pompas, torres, tesouros, jardins, criadagem... Mas amor que era bom, não lhe dava. Sequer a notava. Inteligente, sensível e decidida, uma noite ela quis se desfazer de todo aquele luxo inútil: rápida, destece castelo, ouro, prata, animais e o próprio opressor. Livre, finalmente! ...É quando percebe a manhã que tenta chegar, enviada pelos segredos insondáveis da Natureza: auxilia-a, manejando com prazer o tear, conduzindo-a desde as misteriosas brumas do tempo. Música nascente. Traz com a aurora as nuvens, os pássaros, o arvoredo, os ventos, os sons maviosos da harmonia universal. (Harmonia que, interrompida pela presença dominadora do ex-marido, ressurgia agora, por suas mãos tenras, inefáveis.)Retornara afinal à sua vida singela e ditosa, povoada de simplicidade e alegria, bondade e sonhos, gentileza e primaveras.