quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

TEXTO: SE AS LETRAS BASTASSEM

Se as letras bastassem, não veríamos as principais nações alfabetizadas patrocinando o ódio e a destruição através das guerras.
Se as letras bastassem, não teríamos as religiões detidas no culto externo e nem a ciência muitas vezes em corrida desenfreada para descobrir novas armas, entregue a inteligências sem senso moral.
Se as letras bastassem, os índices de suicídio, cada vez mais alarmantes, identificando grave desequilíbrio moral do indivíduo, não estariam alastrando-se entre as classes sociais privilegiadas pela cultura.
Se as letras bastassem, não estaríamos, na atualidade, frente à crescente indústria do aborto nos lares que a instrução e o conforto se fazem presentes, e ainda com a concordância de muitas autoridades.
Se as letras bastassem…
Na verdade, não basta ensinar apenas dando o aprendizado do fazer.
Que importa saber fazer se esse saber é egoísta e não promove o bem para todos?
As nações podem se enriquecer, entretanto, se o povo ignora como utilizar melhor essa riqueza para se engrandecer na legítima fraternidade que deve reger a vida, o orgulho de que tanto se vangloria levará esse mesmo povo ao desequilíbrio social, à miséria e ao desrespeito dos direitos dos outros, gerando desespero.
Podemos desfilar na vida ostentando diplomas e títulos, nas mais variadas profissões, mas, nenhum currículo pode representar o caráter individual, e se esse caráter é corrompido, sem base em valores morais profundos e elevados, encontraremos com o tempo a própria ruína, e as vantagens particulares adquiridas se perderão.
A escola que ilustra o conhecimento, estimula o raciocínio, é importante, entretanto, se faz incompleta por não fornecer a orientação moral e a sensibilização dos sentimentos.
Não basta conhecer. É preciso compreender.
Se as letras bastassem, os alfabetizados do mundo há muito tempo teriam implantado na Terra todos os valores de felicidade que tanto desejamos e procuramos.
Se as letras bastassem, não teríamos tantos problemas sociais e morais na família, na sociedade e nas salas de aula da escola.

Marcus De Mario
Diretor e Educador do IBEM

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